quinta-feira, 12 de abril de 2012

A Fuckin' Real Dream

Ele estava vagando, perdido, em meio à uma floresta, cercado por todos os lados por uma densa vegetação  que impedia a passagem dos raios solares, criando uma atmosfera úmida, fria e tenebrosa, além de, é claro, escura. E ele não sabia como havia chegado lá, muito menos como sairia. Só o que sabia era que, se não saísse logo, talvez nunca mais o fizesse.
Forçando seus pés a caminhar, um após o outro, com uma determinação não existente, deu mais uns passos, atravessando dois ou três metros em direção ao nada. E então, ouviu um som, e o som o congelou. Ficou lá, parado, olhando para as sombras ao seu redor, preparando-se para defender-se de qualquer animal.
O problema é que não era qualquer animal. Não era nem um ser humano. Na verdade, ele jamais havia visto nada como aquelas imagens que agora a fraca luz de sua lanterna tentava, inutilmente, iluminar. Era tenebroso, monstruoso... demoníaco. Ele surpreendeu-se ao perceber que a palavra demônio parecia ter sido criada para descrever uma coisa como aquela. E eram vários, dezenas de criaturas terríveis e deformadas, criaturas que queriam apenas uma coisa: ele próprio.
E então ele correu. Correu como jamais havia corrido antes. Correu para salvar sua vida. A luz da lanterna iluminava o caminho à sua frente, mas não eram raras as vezes em que seus pés prendiam-se em raízes profundas e espinhosas, levando-o ao chão.
E de repente, os sons calaram. ele não ouviu mais os grunhidos que os demônios emitiam, nem seus pés pisando nas folhas de maneira metódica e rápida. E então, quando percebeu que estava a salvo, sentou-se, fazendo suas costas escorregarem lentamente pelo liso tronco claro de uma árvore qualquer.
Apoiou a cabeça em suas mãos, encolhendo os joelhos contra o corpo. Após alguns segundos, ele pôs-se a olhar ao seu redor. Naquela parte da floresta havia uma pequena clareira, e nela haviam três forcas vazias. Ele levantou-se e, por um impulso, andou de maneira arrastada até as forcas. Analisou-as por pouco tempo, e quando virou-se, as três bruxas, anteriormente nas forcas, agora estavam o olhando de maneira assombrosa e séria.
Ele voltou a correr, quase sem fôlego, novamente para o interior da floresta fechada. Desta vez ele correu por muito tempo após parar de ouvir os sons, com medo do que fosse aparecer quando ele parasse. Mas logo, chocou-se contra portões grandes e robustos, como aqueles de mansões antigas, que sempre escondem mistérios e abrigam criaturas sombrias trancadas em seu interior.
Os portões abriram-se sozinhos, e ele entrou. Caminhou pela extensão de um corredor natural até chegar em uma nova clareira. Um grupo de homens reunia-se no centro, em um círculo, com formas amedrontadoras feitas em pedra e sal grosso pela grama verde intensa do cão do local. Nenhum deles via ele. Ou pelo menos não parecia, até o mais moço de todos.
- Este não é o seu lugar. - disse ele, com a voz surpreendentemente rouca.
Então, ele acordou.


~~*~~


Então, esse texto é baseado no sonho do Emanuel, e a gente achou legal de postá-lo aqui.
O que acharam?

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