Tudo começou em 11 de dezembro de 1847, quando a família Fox, composta
por John D. Fox, a esposa Sra. Margareth Fox, Catherine "Kate" e Margaret (duas
dos quatro filhos do casal) se mudaram para uma pequena casa em Hydesville (NY).
Mais tarde, Leah (outra filha dos Fox) juntou-se a elas e teve participação
ativa nos episódios subsequentes ao de Hydesville.
Reza a lenda que a casa já era assombrada: os inquilinos anteriores (a família
Weekma) teriam saído da casa devido a estranhos barulhos ouvidos. Claro que, não
bastasse isso, as duas irmãs (uma com 11 anos e a outra com 14,
respectivamente) começaram a comunicar através de uma sessão espírita amadora com
o fantasma de um vendedor chamado Charles B. Rosma (de 31 anos) que teria sido assassinado
naquela casa quatro anos antes e enterrado na adega. Excelente idéia, hein
meninas? Elas faziam perguntas e o espírito respondia com batidas ou barulhos
misteriosos (lembrei de um episódio do Chaves, huahuahuahua).
Geral acreditou, ficaram impressionados e resolveram então escavar a adega.
Uma vez que não foram encontrados quaisquer indícios de restos mortais, as
escavações foram suspensas. Obviamente, como a história tinha se espalhado, já
tinha gente jurando que, opa! Lembrava-se da passagem pela região de certo caixeiro-viajante
na mesma data em que o suposto espírito indicou como sendo o do seu
assassinato. Esse depoimento, super detalhado, descrevia o comportamento muito
suspeito dos Bell, o inquilino que ali morava na data do suposto assassinato.
No verão de 1948, David Fox, irmão mais velho da família, fez mais escavações
e, dessa vez, encontrou um esqueleto humano. Margaret e Kate foram afastadas
de sua casa, pela suspeitava que os fenômenos fossem ligados, sobretudo à sua
presença. Margaret passou a morar com o seu irmão David e Kate mudou-se para a
casa de sua irmã Leah. Adiantou foi é nada: os ruídos insistiam em acompanhar
as irmãs, onde quer que elas se encontrem, registravam-se os fenômenos. Pra
piorar a situação, Leah passou a apresentar fenômenos mediúnicos também. Estava
popularizado o espiritualismo. (Na foto abaixo: Margaret, Kate e Leah, em 1850)
Até aí, tudo bem, né? Uh, não. Em 1888 Kate e Margaret haviam se
desentendido com Leah que caguetou o alcoolismo das irmãs and retirou a guarda
dos filhos de Kate. Margaret então alegou que as batidas eram uma farsa, salientando
uma suposta manipulação que teriam sofrido de Leah. Kate também alegou que tudo
era uma fraude, em especial as manifestações de Hydesville em 1848.
Bom, agora sim, acabou, né? Não.
Um ano depois das denúncias de fraude contra si mesma e suas irmãs, e
percebendo não ter atingido a irmã Leah, Margaret decidiu desmentir as suas
"confissões", alegando tê-las feito em troca de dinheiro de
religiosos que se aproveitaram de sua situação de pobreza. Já Kate não se
retratou publicamente por medo de retaliações. (Sim, claro, porque certamente
ninguém retaliou antes, né? SEI.) Ela apenas teria se retratado em 1888 para
uma amiga, através de uma carta.
Como toda casa mal assombrada que se preze, ela atraiu, anos depois,
crianças, que resolveram brincar na adega. Eles acharam em meio aos escombros
de uma parede peças de um esqueleto humano. Junto dele, foi achada uma lata de
um produto costumeiro usado por caixeiros-viajantes A lata está agora em Lily
Dale, na sede central regional dos Espiritualistas Americanos. A descoberta foi
noticiada em 23 de novembro de 1904 pelo Boston Journal.
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